segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Fear of Sleep

(Mais um que fugiu do NPNB)

Desabafar é realmente limpar a alma.
À medida em que as palavras saem, todo o peso se vai.
É como esvaziar um cesto de lixo: nem tudo jogado lá é realmente nojento ou não pode ser reaproveitado, mas quando colocamos pra fora dá pra dizer que a casa está limpa de novo.

O problema é como o lixo se acumula. Algumas pessoas sabem realmente aproveitar tudo o que tem e só jogam fora aquilo que acham extremamente necessário. Suas sacolas são sempre pequenas e espaçosas e no fim acabam desperdiçando sacolas inteiras por apenas um papel sujo.

Há outras ainda que acabam quase estourando a sacola pra depois colocarem o lixo pra fora. Seja com coisas grandes ou pequenas o fato é que parecem esperar até o lixeiro aparecer na porta uma semana depois para poderem se livrar do que está lá, nos sacos estufados, pesados e muitas vezes com chorume no fundo. Nesse caso o problema é sempre que, se a sacola está atulhada, alguma coisinha sempre cai dela pra ser devolvida ao lixo na semana seguinte.

Mas o mais importante de tudo é tirar o lixo.

E tem pessoas que simplesmente não ligam de mantê-lo ao seu redor. É quase como se não notassem aquela pilha colossal de coisas pra jogar fora; como se não sentissem o cheiro ruim daquilo que não presta mais; como se o espaço livre pudesse ser sempre remanejado. E o tempo passa, passa, passa e no fim a pessoa acaba por se tornar parte daquilo do que não se livrou. Lixo. Fede, não presta, não tem utilidade.

Mas isso não é sobre pessoas.
É sobre lixo.